24 de abril de 2025
Presente na alimentação humana em praticamente todo o planeta, sendo o grão mais consumido; estrategicamente relevante, com toneladas reservadas por governos de vários países; econômica e financeiramente influente, constituindo uma das commodities negociadas em bolsas de valores mundo afora. Tais credenciais já tornariam o cereal em questão significativo o bastante – mas a nova edição de Arroz: do plantio à colheita, pela Editora UFV, traz elementos e desafios adicionais à produção da aludida espécie.
A obra tem como editores os professores Maicon Nardino e Aluízio Borém, ambos do Departamento de Agronomia da UFV, além do igualmente emérito pesquisador Paulo Hideo Nakano Rangel, da Embrapa Arroz e Feijão. Conta, ainda, com capítulos assinados por autores também considerados autoridades neste campo de pesquisa.
Arroz vermelho e outras ameaças
Uma das principais referências brasileiras no assunto, a publicação ganhou atualização em conteúdo e forma. Em seus onze capítulos, são apresentadas e examinadas evidências já consagradas referentes ao grão, como suas características, o preparo do solo, a adubação e a correção da acidez. Aborda-se, ainda, outras questões centrais para a orizicultura, a exemplo da irrigação, do manejo de plantas, pragas e doenças – sempre enfatizando as discussões mais recentes em torno dos tópicos.
Entre os objetos de reflexão centrais no livro está a produtividade da cultura, eventualmente comprometida por fatores como as mudanças climáticas – considerando-se a grande demanda por água no plantio irrigado da Oryza sativa, na denominação científica da espécie. Se a falta de chuvas preocupa, o excesso tampouco tranquiliza, haja vista, entre outros casos, o impacto das graves enchentes ocorridas no Rio Grande do Sul, onde se produz 70% do arroz brasileiro. Estima-se que houve perdas em torno de 395 mil toneladas do grão.
Além disso, aspectos referentes ao melhoramento da planta – uma das primeiras a serem sequenciadas geneticamente – também recebem tratamento na obra. A produção de cultivares resistentes a temperaturas mais elevadas e a certas doenças, por exemplo, é discutida na publicação. Algumas das maiores dores de cabeça no setor são a Brusone, considerada a doença mais destrutiva dessa cultura, e plantas daninhas como o arroz vermelho, que interfere diretamente a qualidade do produto.
Brasileiros entre os mais exigentes
“O consumidor brasileiro é um dos mais exigentes do mercado mundial, em se tratando de arroz. Mínimas imperfeições que afetem o comprimento do grão, sua espessura ou translucidez, entre outros fatores, já trazem rejeição, o que requer investimentos em padronização no decorrer da cadeia produtiva”, observa o professor Maicon. O pesquisador destaca, ainda, inovações que têm agregado valor ao grão, como o desenvolvimento de variedades biofortificadas – oferecendo mais nutrientes além de carboidratos – e tipos especiais, como o arroz preto ou negro, recorrente na alta gastronomia.
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