Efeitos de estímulos sensoriais sobre percepção de consumidores são analisados em livro

14 de março de 2025


Tomar cerveja ouvindo música sertaneja pode deixar a bebida ainda mais amarga. Mas se o gênero musical mudar para rock clássico ou pop, os efeitos sobre o paladar do consumidor serão outros – frutado e refrescante, respectivamente. Estes são alguns dos resultados de um estudo multidisciplinar assinado por pesquisadores da UFV, entre os quais a professora Valéria Paula Rodrigues Minim, do Departamento de Tecnologia de Alimentos (DTA). Referência no assunto, ela é organizadora e coautora do livro “Análise Sensorial: Estudos com Consumidores”, cuja 5ª. edição acaba de ser publicada pela Editora UFV.

Amplamente utilizado pela indústria alimentícia, a análise sensorial corresponde a um conjunto de métodos que visam evocar, medir, analisar e interpretar como os consumidores reagem às características dos produtos oferecidos. Tais técnicas permitem, por exemplo, investigar se o suco é percebido como exageradamente doce, se o aroma da pipoca ao deixar o forno micro-ondas desagrada, se o rótulo inovador leva a uma avaliação favorável ou negativa do alimento, entre outras inúmeras situações.

“Análise Sensorial: Estudos com Consumidores” traz, nesta 5ª. edição, os mesmos rigores científicos e referências das demais, acrescentando-lhes atualizações e discussões ainda mais recentes. Em seus onze capítulos, são abordados desde os métodos clássicos, como os testes de preferência e aceitação, o grupo de foco e a análise de palavras, até metodologias que começam a ser cada vez mais exploradas, como o emprego de redes neurais artificiais.

Um capítulo detalha os chamados limiares afetivos, limites após os quais os alimentos passam a ter aceitação comprometida ou serem rejeitados, por exemplo. A Metodologia dos Limiares Hedônicos (MLH), capaz de determinar essas fronteiras, foi desenvolvida e validada pelo grupo de pesquisa coordenado pela professora Valéria. “Fizemos testes com um suco de uva que trazia 9% de açúcar em sua composição. Fomos reduzindo até chegar a 6,8%, ainda havendo aceitação. Isso traz benefícios à saúde do consumidor e ao setor produtivo, que pode oferecer uma bebida mais saudável com menos custos”, exemplifica a organizadora e coautora da publicação.

Outros temas contemporâneos são igualmente contemplados na obra, como uma investigação sobre as disfunções sensoriais causadas em pessoas acometidas pela covid-19. Além disso, há estudos de casos em diversos segmentos, como os referentes às pesquisas de mercado, trazendo interfaces entre estudos de análise sensorial propriamente dita, psicologia e marketing. Em todos os capítulos, são demonstradas as fórmulas e cálculos necessários para fundamentar as interpretações e conclusões dos pesquisadores.

Para saber mais sobre a 5ª. edição de “Análise Sensorial: Estudos com Consumidores”, da Editora UFV, clique aqui.

(Marcel Angelo – marketing.editora@ufv.br)